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Capítulo 3 - Nada acaba, apenas se transforma... (Parte II)


Não conseguia acreditar... Como é que a minha mãe me fez isto? O meu pai amava-a tanto, e ela pareceu esquecer-se dele rapidamente...
As lágrimas não param de escorrer pelos meus olhos, pelo único motivo de não querer que a minha mãe se volte a apaixonar...


- Querida, abre a porta! - era a voz da minha mãe

- Não! Deixa-me! - gritei tentando que ela se fosse embora

- Não, amor. Precisamos de conversar! - pedia com a voz a falhar

- Mas eu não quero!

- Por favor! Se me amas enquanto mãe...

A sua última frase embateu intensamente na minha cabeça, o que fez com que as lágrimas corressem pela minha face mais descontroladamente.

- Filha... - ouvi ela chorar do outro lado da porta, por isso levantei-me vagarosamente da cama e encostei-me à porta

- Mãe... Porquê que me fizeste isto? Tu sempre me disseste que não esquecerias o pai e agora... - respirei fundo - Agora apareces com outro homem e queres que esteja tudo bem?! Mãe... E o sentimento que nutres pelo pai? Acabou de um dia para o outro? - perguntei-lhe deixando o meu corpo imóvel

- Querida... Nada acaba, apenas se tranforma... Eu nunca esquecerei o teu pai, nunca! Ele foi sem dúvida a pessoa mais importante na minha vida, a seguir a ti, claro, e eu nunca o poderei esquecer. Eu amo-o muito, querida, mas eu não posso viver a minha vida presa ao passado. Tenho de continuar em frente e de cabeça erguida, mesmo que me doa muito por dentro. Querida, o Edward não me fez esquecer o teu pai, apenas me fez perceber que temos de ter segundas oportunidades na vida, e eu não sou menos que os outros para não as ter. Eu sei que o pai era muito importante para ti, e não penses que para mim não era, porque era! Tu não imaginas os planos que tinhamos feito, as esperanças construídas todos os dias e que foram crescendo lado a lado durante anos. Tu não imaginas, meu amor. Eu sentia-me amada... Eu amava-o! Amava-o com toda a minha vida e com todo o meu coração! E amarei para sempre, só que doutra maneira... Porque as coisas realmente importantes na nossa vida não são esquecidas, muito menos substituidas. São relembradas sempre com grande carinho e guardadas no nosso coração... - abri levemente a porta e abraçámo-nos intensamente durante largos minutos

- Desculpa meu amor. Desculpa... - pediu chorando compulsivamente

- Mãe! - encarei-a - Não tens de pedir desculpa, eu é que tenho! Tens de seguir com a tua vida em frente e eu não te posso impedir... Mas custa-me muito... - disse entre lágrimas

- Eu sei meu amor, e por isso eu e o Edward vamos dar um tempo... Para pôr as ideias no lugar! E depois desse tempo irei perceber realmente se isto é a coisa certa!

- Não precisas mãe... Se és feliz com ele não faças isso! - pedi abraçando-a novamente

- Eu não preciso dele para ser feliz. Tu já me fazes muito, muito feliz!

****

Confesso... Errei! Errei em ter magoado a minha mãe daquela maneira, em não a ter compreendido... Mas o meu pai era muito importante para mim e eu lembro-me dele como se ele estivesse aqui... Agora! Mas ela tinha razão... Temos de seguir com a nossa vida em frente...

Depois de largos minutos a desabafar calmamente sobre o assunto com a minha mãe, sentadas no chão do meu quarto, começou a ficar tarde e por isso estávamos já um pouco atrasadas para os KCA's. Então demos mais um abraço intenso, e fui para a casa de banho retocar a maquilhagem e dar um jeito ao cabelo.
Voltei a sair do meu quarto e fui andando para baixo, só que não encontrava a minha mãe por isso perguntei por ela à Belinda.


- "A sua mãe está no quarto deitada, disse que precisava de descansar." - respondeu calmamente

- "Obrigada." - subi novamente as escadas e bati à porta do seu quarto

- "Sim?" - ouvia de dentro do quarto

- Posso mãe?

- Podes. - abri a porta e entrei

Ela estava deitada na cama de barriga para cima, rendida às lágrimas. Sentei-me do seu lado e acariciei-lhe o rosto.

- Mãe, já estamos atrasadas. - disse calmamente

- Eu não vou amor. Estou cansada e preciso de descansar. - o seu tom de voz era baixo e quase imperceptível

- Então eu vou ficar em casa também!

- Não! Tu precisas de ir, mas eu não. - era notório que tentava conter as lágrimas

- Eu fico aqui contigo!

- Meu amor, não é preciso. - sentou-se sobre a cama e sorriu

- Então vou com quem?

- O Dominic está a vir e acompanha-te. - deu-me um beijo no rosto - Vai lá amor! Até logo. - despediu-se com um grande sorriso, ao que me pareceu forçado

- Tens a certeza? - perguntei para confirmar

- Sim tenho. - dei-lhe também um beijo no rosto

- Amo-te mãe. - jurei saindo do quarto

Desci as escadas e Dominic já tinha chegado.

- "Olá minha querida!" - abraçámo-nos - "Como é que está a minha menina mais linda?" - ri-me

- "Estou bem." - sorri

- "E onde está a sua mãe?" - perguntou-me olhando ao nosso redor

- "Ela não vem. Não te disse?"

- "Não. Mas porquê que não vem?" - senti alguma preocupação na sua voz

- "Eu explico no caminho. Vamos?" - puxei-o levemente e saímos ambos de casa

Alan já estava encostado ao carro à nossa espera.

- "Boa tarde." - cumprimentou assim que nos aproximámos

- "Boa tarde." - sorri e abriu-nos a porta

Entrei dentro do carro e Dominic entrou logo de seguida.
Assim que arrancámos, como prometido, contei a Dominic o que se tinha passado, e ele não pareceu muito contente por saber.

- "Então a sua mãe tem um namorado?" - perguntou receoso

- "Sim, foi o que ela me disse ao almoço... Mas à bocado disse que iam dar um tempo para pôr as ideias no lugar." - respondi calmamente

- "E acha que a sua mãe está mesmo apaixonada por esse senhor?"

- "Eu não sei... Mas não sei porquê... Eu não gosto dele! Não me inspira muita confiança..." - desabafei

- "Mas se a sua mãe gosta dele isso é que importa." - fiz uma expressão confusa e encostei-me à janela vendo a paisagem

Não passou muito tempo até chegarmos ao nosso destino. Alan abriu-nos a porta e saímos os dois no carro. Estava um grande grupo de pessoas junto da entrada do local, e assim que repararam na minha presença focaram as oculares das máquinas fotográficas sobre mim e vários flashes foram disparados. Sorri e pousei durante vários minutos, mas depois entrei junto de outras figuras públicas.
Caminhei pela passageira laranja enquanto vários fotógrafos tentavam tirar as melhores fotos e os jornalistas as melhores entrevistas.
Chegando ao final da passadeira e do largo caminho percorrido, vejo vários famosos juntos, muitos deles eu conhecia perfeitamente. Mas assim que me virei para o meu lado direito, vi uma
pessoa que me deixou... Completamente sem reacção!

4 comentários:

  1. Amei :D

    Emocionei-me com o que a tua mãe disse :(

    Ela viu o Cody ? +.+

    Está mesmo lindoo...

    Continua querida :D

    Beijinhos

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  2. Era o Cody não era? é é é :D
    Adorei :D
    Muito realista o capitulo, quero maiis sim?
    Ainda bem que postas regularmente :D
    Beijinhos
    Ana Sousa* - http://respirarde23.blogspot.com

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  3. adorei...

    quero mais...

    continua...

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  4. adorei, adorei, continua :D
    beijinhoo *
    Leonor , coldfics.blogspot.com (:

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