diário ,

diário (3)

- o sonho comanda a vida ♥

Tudo muda, tudo parte, mas o sentimento permanece ! ♥



Daniela Monteiro .

Comunicado (:

Queridas leitoras,

Desculpem a demora pelo capítulo, mas às vezes as coisas não acontecem como nós estamos à espera...
Tenho tido alguns problemas pessoais, e juntamente com a falta de tempo não tenho tido tempo para escrever. Por isso, hoje venho informar-vos que não irei postar brevemente, mas farei assim que possível.
Desculpem, e espero que quando voltar não deixem de acompanhar a história!


Beijinhos :)


Daniela Monteiro .

Sexta-feira, 22 de Abril de 2011

Sinto uma coisa que não sinto; sinto uma coisa que não sei se quero sentir, que não consigo perceber, uma decisão que não diz respeito a mais ninguém. Palavras que só um gesto pode descrever, sentimento que só um olhar pode realizar. Saudades que completam a dor que sinto. Lágrimas que só um abraço pode parar. Raiva que só eu entendo, que não quero partilhar com mais ninguém. Ninguém ouve e ninguém vai querer ouvir. Grito sozinha, sabendo que só o silencio me ouve. Fechada em quatro paredes fiquei sem perceber o que fazer, encurralada entre mil decisões eu pensei fazer a escolha certa. A dor aperta cada vez mais, procuro respostas mas ninguém mas dá. O eco daquele grito profundo, as marcas de um passado nunca esquecido. Hoje és a saudade, hoje és o perigo que sempre quis correr. Hoje és as nuvens que ficam e passam rapidamente para depois mostrar o sol que nelas não existia. Hoje és um coração e bates fortemente dentro de mim. Hoje és o vento numa vasta planície de girassóis, aquela que sempre quis imaginar. Hoje és um sentimento do qual nunca vou determinar. Hoje és a minha inspiração. Hoje és a música que me faz adormecer ao luar. Hoje és o som da chuva a bater fortemente para no dia seguinte mostrar o belo sorriso do sol nunca antes mostrado. Hoje és o som do meu teclado que me faz doer a cabeça. Hoje és o nevoeiro que me faz fechar os olhos e não ver nitidamente. Hoje és quem acentuou a saudade do teu sorriso. Hoje és quem me faz voar por mundos distantes. Hoje és quem me faz jurar que sou feliz. Hoje és quem me faz cometer loucuras absurdas. Hoje és o som do despertador a querer abrir os meus olhos. Hoje és a marca mais forte de todas. Hoje. Amanha já não o serás (...)


Daniela Monteiro .
Diário de uma PopStar ♥

Capítulo 3 - Nada acaba, apenas se transforma... (Parte III)

Queridos leitores,

Desculpem a demora do capítulo, mas tive alguns problemas no computador e tive de recomeçá-lo novamente, e por isso não está exactamente como eu gostava.
Espero que continuem a ler e que comentem pois é um grande incentivo, e sem comentários não tenho vontade nenhuma de escrever.
Quero também agradecer a todos os que gostam e que comentam, e sem dúvida que é por eles que posto (quase) todos os dias.
Agora presenteio-vos com o capítulo novo, e espero que não tenham desistido de seguir! :)


O meu coração gelou assim que o meu olhar cruzou o de Cody. Estremeci da cabeça aos pés por vê-lo novamente; o meu batimento cardíaco acelarou e a minha respiração aumentou.
Fiquei completamente vidrada no seu rosto, e especialmente nos seus olhos. Não me consegui mover, e estava-me a sentir bastante nervosa.
Sorrimos simultaneamente e olhámo-nos nos olhos durante algum tempo, até que alguém me puxa pelo braço e vira-me.


- "Vamos?" - perguntou-me Dominic

Olhei novamente para Cody que já não permanecia a observar-me.

- "Sim, vamos."

****

Acabara de chegar o intervalo, e a mesa onde eu estava sentada com algumas figuras públicas já estava vazia; só estava eu, pois todos os outros levantaram-se para fazer algo, e Dominic fora ligar à minha mãe.
Fiquei vários minutos em silêncio, até que me levanto e quando me viro embato levemente contra uma pessoa, à qual não reconheci de imediato.


- "Desculpa." - pedi segurando a pessoa

- "Não faz mal!" - olhou para mim e aí percebi quem se tratava

Sorri e Cody retribuiu-me o sorriso.

- "Ias onde? Posso saber?" - perguntou em tom de brincadeira, enquanto ficámos lado a lado

- "Claro. Eu ia dar uma volta. Estava sozinha..."

- "Agora já não estás!" - rematou animadamente - "Posso-te fazer companhia?"

- "Podes." - respondi nervosa

- "Então queres sentar-te ou queres ir dar uma volta?" - inquiriu também um pouco nervoso

- "Podemos sentar-nos." - sugeri puxando a cadeira

- "Mas podemos também ir dar uma volta... É que está aqui muita gente..." - brincou

- "A mesa está vazia, ó!" - ri-me

- "Mas há aqui pessoas. Vamos, por favor!" - fez um pequeno beicinho e rendi-me

Esticou o braço para que eu tomasse a sua mão, sorri e dei-lha.
Caminhámos lado a lado até fora do recinto, tentando escapar a algumas figuras surpresas que nos encontravam pelo caminho.
Assim que chegámos ao nosso destino, rimo-nos deliciados e sentámo-nos num banco.
Ficámos algum tempo em silêncio, um silêncio um pouco constrangedor, até que Cody quebra-o.


- "Daniela..." - invocou nervoso

- "Sim..." - sorri-lhe

- "Estás muito bonita!" - elogiou-me fazendo-me corar ligeiramente

- "Ó... Obrigada." - sorri - "Tu também estás muito bonito!"

Ambos sorrimos e fomos novamente levados pela brisa da tarde e pelo silêncio que se fazia ouvir.Olhava-o atentamente observando cada recanto e cada defeito do seu rosto... Defeitos que eram imperceptíveis ou mesmo inexistentes! Aliás, ele era perfeito... Conseguia ser tão simpático, querido e lindo! A leve brisa fazia agitar momentaneamente o seu cabelo e a luz que clareava toda aquela extensa rua incidia no seu rosto dando-lhe um aspecto magistral. Cody olhou para mim e observou-me da mesma maneira, deixando escapar um sorriso puro e sincero.
Ouvimos então, um pequeno burburinho vindo do interior do edifício e por isso decidimos voltar para dentro, mas para não dar muito nas vistas, entrei eu primeiro. Até pensei que me
perdera, mas logo encontrei a grande porta que dava acesso ao local onde todos se encontravam, e onde eu tinha saido com Cody há poucos minutos atrás...

****

Acabara de terminar os KCA's, onde como era previsto não recebi nenhum prémio visto que não me inseria em nenhuma categoria. Não me importei, aliás fiquei bastante contente por famosos próximos de mim terem ganho.
Caminhava juntamente com Dominic, até que duas pessoas alcançaram-me. Eram jornalistas e por isso, como era de esperar, fizeram-me mil e uma perguntas, e sensivelmente depois de
10 minutos de conversa deixaram-me ir embora. Acompanhada por Dominic, esperava por Alan para irmos para casa, mas ele demorou a aparecer. Assim que o avistámos, e após tirar mais algumas fotografias, entrámos no carro e fizemo-nos à estrada.
Minutos depois cheguei a casa e Dominic entrou comigo, visto que queria falar com a minha mãe. Subimos as escadas e bati à porta do seu quarto.


- Posso? - perguntei-lhe

- Sim, filha.

- E o Dominic? - perguntei olhando para ele

- Também.

Entrámos e a minha mãe estava ainda deitada na cama, e pelo que percebi continuava a chorar. Sentei-me do seu lado na cama e Dominic figou em pé junto de nós.

- "Está tudo bem, mãe?" - inquiri preocupada

- "Sim está." - respondeu pouco convicta

- "Andreia... Tem a certeza que está bem? É que não me parece nada." - comentou Dominic também preocupado

- "Está tudo bem. Só estou cansada. Então como correu a vossa tarde?" - perguntou mudando de assunto

- "Correu muito bem." - cedi deixando escapar um grande sorriso

- "Sim, correu tudo bem." - disse Dominic

- "Ainda bem." - sorriu

- "Andreia, eu gostava de falar consigo." - pediu Dominic reticente

- "Claro!"

Dominic olhou para mim como pedindo para eu sair, por isso fiz-lhe a vontade.

- "Então eu vou para o meu quarto. Até logo." - dei um beijo à minha mãe e um abraço a Dominic e saí de seguida

Dirigi-me até ao meu quarto, e assim que entrei descalçei os sapatos pois já estava um pouco cansada. Fui à casa de banho retirar a maquilhagem e vestir uma roupa simples pois não iria sair de casa. Sentei-me na minha secretária e liguei o computador. Iniciei sessão no twitter e reparei que tinha vários pedidos e também uma mensagem. Pensei que seria uma mensagem corrente, ou algo do género, mas assim que a li percebi que não era nada do que eu estava à espera...

Capítulo 3 - Nada acaba, apenas se transforma... (Parte II)


Não conseguia acreditar... Como é que a minha mãe me fez isto? O meu pai amava-a tanto, e ela pareceu esquecer-se dele rapidamente...
As lágrimas não param de escorrer pelos meus olhos, pelo único motivo de não querer que a minha mãe se volte a apaixonar...


- Querida, abre a porta! - era a voz da minha mãe

- Não! Deixa-me! - gritei tentando que ela se fosse embora

- Não, amor. Precisamos de conversar! - pedia com a voz a falhar

- Mas eu não quero!

- Por favor! Se me amas enquanto mãe...

A sua última frase embateu intensamente na minha cabeça, o que fez com que as lágrimas corressem pela minha face mais descontroladamente.

- Filha... - ouvi ela chorar do outro lado da porta, por isso levantei-me vagarosamente da cama e encostei-me à porta

- Mãe... Porquê que me fizeste isto? Tu sempre me disseste que não esquecerias o pai e agora... - respirei fundo - Agora apareces com outro homem e queres que esteja tudo bem?! Mãe... E o sentimento que nutres pelo pai? Acabou de um dia para o outro? - perguntei-lhe deixando o meu corpo imóvel

- Querida... Nada acaba, apenas se tranforma... Eu nunca esquecerei o teu pai, nunca! Ele foi sem dúvida a pessoa mais importante na minha vida, a seguir a ti, claro, e eu nunca o poderei esquecer. Eu amo-o muito, querida, mas eu não posso viver a minha vida presa ao passado. Tenho de continuar em frente e de cabeça erguida, mesmo que me doa muito por dentro. Querida, o Edward não me fez esquecer o teu pai, apenas me fez perceber que temos de ter segundas oportunidades na vida, e eu não sou menos que os outros para não as ter. Eu sei que o pai era muito importante para ti, e não penses que para mim não era, porque era! Tu não imaginas os planos que tinhamos feito, as esperanças construídas todos os dias e que foram crescendo lado a lado durante anos. Tu não imaginas, meu amor. Eu sentia-me amada... Eu amava-o! Amava-o com toda a minha vida e com todo o meu coração! E amarei para sempre, só que doutra maneira... Porque as coisas realmente importantes na nossa vida não são esquecidas, muito menos substituidas. São relembradas sempre com grande carinho e guardadas no nosso coração... - abri levemente a porta e abraçámo-nos intensamente durante largos minutos

- Desculpa meu amor. Desculpa... - pediu chorando compulsivamente

- Mãe! - encarei-a - Não tens de pedir desculpa, eu é que tenho! Tens de seguir com a tua vida em frente e eu não te posso impedir... Mas custa-me muito... - disse entre lágrimas

- Eu sei meu amor, e por isso eu e o Edward vamos dar um tempo... Para pôr as ideias no lugar! E depois desse tempo irei perceber realmente se isto é a coisa certa!

- Não precisas mãe... Se és feliz com ele não faças isso! - pedi abraçando-a novamente

- Eu não preciso dele para ser feliz. Tu já me fazes muito, muito feliz!

****

Confesso... Errei! Errei em ter magoado a minha mãe daquela maneira, em não a ter compreendido... Mas o meu pai era muito importante para mim e eu lembro-me dele como se ele estivesse aqui... Agora! Mas ela tinha razão... Temos de seguir com a nossa vida em frente...

Depois de largos minutos a desabafar calmamente sobre o assunto com a minha mãe, sentadas no chão do meu quarto, começou a ficar tarde e por isso estávamos já um pouco atrasadas para os KCA's. Então demos mais um abraço intenso, e fui para a casa de banho retocar a maquilhagem e dar um jeito ao cabelo.
Voltei a sair do meu quarto e fui andando para baixo, só que não encontrava a minha mãe por isso perguntei por ela à Belinda.


- "A sua mãe está no quarto deitada, disse que precisava de descansar." - respondeu calmamente

- "Obrigada." - subi novamente as escadas e bati à porta do seu quarto

- "Sim?" - ouvia de dentro do quarto

- Posso mãe?

- Podes. - abri a porta e entrei

Ela estava deitada na cama de barriga para cima, rendida às lágrimas. Sentei-me do seu lado e acariciei-lhe o rosto.

- Mãe, já estamos atrasadas. - disse calmamente

- Eu não vou amor. Estou cansada e preciso de descansar. - o seu tom de voz era baixo e quase imperceptível

- Então eu vou ficar em casa também!

- Não! Tu precisas de ir, mas eu não. - era notório que tentava conter as lágrimas

- Eu fico aqui contigo!

- Meu amor, não é preciso. - sentou-se sobre a cama e sorriu

- Então vou com quem?

- O Dominic está a vir e acompanha-te. - deu-me um beijo no rosto - Vai lá amor! Até logo. - despediu-se com um grande sorriso, ao que me pareceu forçado

- Tens a certeza? - perguntei para confirmar

- Sim tenho. - dei-lhe também um beijo no rosto

- Amo-te mãe. - jurei saindo do quarto

Desci as escadas e Dominic já tinha chegado.

- "Olá minha querida!" - abraçámo-nos - "Como é que está a minha menina mais linda?" - ri-me

- "Estou bem." - sorri

- "E onde está a sua mãe?" - perguntou-me olhando ao nosso redor

- "Ela não vem. Não te disse?"

- "Não. Mas porquê que não vem?" - senti alguma preocupação na sua voz

- "Eu explico no caminho. Vamos?" - puxei-o levemente e saímos ambos de casa

Alan já estava encostado ao carro à nossa espera.

- "Boa tarde." - cumprimentou assim que nos aproximámos

- "Boa tarde." - sorri e abriu-nos a porta

Entrei dentro do carro e Dominic entrou logo de seguida.
Assim que arrancámos, como prometido, contei a Dominic o que se tinha passado, e ele não pareceu muito contente por saber.

- "Então a sua mãe tem um namorado?" - perguntou receoso

- "Sim, foi o que ela me disse ao almoço... Mas à bocado disse que iam dar um tempo para pôr as ideias no lugar." - respondi calmamente

- "E acha que a sua mãe está mesmo apaixonada por esse senhor?"

- "Eu não sei... Mas não sei porquê... Eu não gosto dele! Não me inspira muita confiança..." - desabafei

- "Mas se a sua mãe gosta dele isso é que importa." - fiz uma expressão confusa e encostei-me à janela vendo a paisagem

Não passou muito tempo até chegarmos ao nosso destino. Alan abriu-nos a porta e saímos os dois no carro. Estava um grande grupo de pessoas junto da entrada do local, e assim que repararam na minha presença focaram as oculares das máquinas fotográficas sobre mim e vários flashes foram disparados. Sorri e pousei durante vários minutos, mas depois entrei junto de outras figuras públicas.
Caminhei pela passageira laranja enquanto vários fotógrafos tentavam tirar as melhores fotos e os jornalistas as melhores entrevistas.
Chegando ao final da passadeira e do largo caminho percorrido, vejo vários famosos juntos, muitos deles eu conhecia perfeitamente. Mas assim que me virei para o meu lado direito, vi uma
pessoa que me deixou... Completamente sem reacção!

Capítulo 3 - Nada acaba, apenas se transforma... (Parte I)

Uma semana tinha passado, e eu não conseguia esquecer as únicas duas coisas que preenchiam o meu tempo: a minha (aterefada) vida, e o Cody. Desde o programa que nunca mais o tinha visto, além nas revistas e em programas, mas não conseguia parar de pensar nele. Não sabia o que se passava comigo mas algo me dizia que... Estava a ficar apaixonada. É estranho dizê-lo pois ainda só me tinha apaixonado uma vez, ainda estava em Portugal e ainda nem imaginava o sucesso que podia alcançar. Mas era diferente... Eu via-o todos os dias na escola, falava com ele, e até cheguei a namorar com ele. Mas foi nessa altura que vim para cá, e por isso perdemos o contacto, mas agora não tenho sequer tempo para me dar a esses luxos de... Paixões! Porém com o Cody foi de uma maneira especial, foi "normal", e para mim isso é muito importante.
Também nesta semana já tinha tomado a decisão quanto a participar no CSI, e claro que aceitei. Vou gravar daqui a dois dias e estou um pouquinho nervosa, pois não tem nada a ver com os trabalhos que já fiz até agora, mas estou empolgada!


****

 
Acordei por volta das 11 horas com a luz a entrar pelos buraquinhos dos estores. Estava cansada mas não me atrevi a ficar mais tempo na cama pois ainda me esperava um longo dia pela frente. Levantei-me da cama, calçei as minhas pantufas, e dirigi-me para a casa de banho. Despi o meu pijama e entrei para debaixo do choveiro, onde tomei um banho demorado, pois apesar de tudo não tinha pressa em sair. Assim que terminei, enrolei-me na toalha, calçei novamente as pantufas e voltei para o meu quarto. Abri um dos meus guarda-roupas, e escolhi um vestido simples, pois iria aos Kid's Choice Awards e era aconselhável levar um vestido assim.


Fiz um penteado mais elaborado, maquilhei-me e guardei o telemóvel e o gloss dentro da mala. Saí do meu quarto e assim que entrei na sala, a minha mãe cumprimentou-me.


- Olá meu amor! - aproximou-se de mim embevecida - Estás tão bonita!


- Obrigada mãe. Então, a que horas é? - perguntei mudando de assunto


- Às três. Ainda temos de almoçar primeiro. - sentou-se novamente no sofá e pegou no comando


- Almoçamos cá? - perguntei sentando-me perto dela


- Não, querida. Eu gostava de ir a um restaurante, é que quero-te apresentar uma pessoa. - ligou a televisão apenas carregando no botão


- Uma pessoa? - encarei-a


- Sim, querida.


- Que pessoa? - perguntei intrigada


- Depois vês, meu amor. - pegou na minha mão e sorriu


- Está bem. - retribuí o sorriso
 
****

Tinhamos acabado de chegar ao restaurante e, como habitual, insidiram sobre mim vários flashes. Não dei muita importância, nem sequer parei e pousei para as fotografias; continuei lado a lado com a minha mãe até entrarmos no restaurante.


- "Boa tarde." - cumprimentou-nos um simpático empregado


- "Boa tarde." - dissemos em uníssono e sorrimos


- "Têm reserva?" - perguntou-nos enquanto sorria


- "Temos sim. Está em nome de Andreia Monteiro." - informou a minha mãe e o empregado confirmou


- "Muito bem. Podem-me acompanhar, se faz favor." - caminhou à nossa frente e nós seguimos atrás dele


Assim que nos aproximámos de uma mesa vazia, onde tinha um cartão em que se podia ler Reserved, o empregado informou-nos que era a nossa mesa e de seguida sentámo-nos. Havia mais um lugar na mesa, e eu de início achei estranho, mas logo me lembrei que a minha mãe levaria alguém para me apresentar. O empregado deu-nos a cada uma, a carta do restaurante com a ementa, e quando ia abri-la para escolher, a minha mãe interrempeu-me.


- Querida, vamos esperar... - suspirei e de seguida pousei a carta em cima da mesa


Ficámos alguns minutos à espera da "tal pessoa" e assim que vi a minha mãe olhar fixamente para algo e um sorriso enorme formar-se no seu rosto, olhei na direcção do dela e reparei num corpo que vinha na nossa direcção. Ele sorriu e cumprimentou-nos.


- "Boa tarde." - pegou na mão da minha mãe e beijou-a


- "Boa tarde." - sorriu enternecida


- "Olá. Eu sou o Edward, muito prazer." - pegou-me na minha mão para ma beijar, mas eu afastei-a


- "Olá." - disse secamente


- "Bem... Já podemos fazer os pedidos." - disse a minha mãe


- "Sim, claro. Então o que querem comer?" - perguntou o Edward


Edward é alto e tem cabelos curtos muito escuros, olhos pretos e não é propriamente bonito, mas a minha mãe parecia gostar muito dele.


- "Não sei. O que sugeres?" - perguntou a minha mãe tocando com a sua mão na mão dele


- "Sugiro carré de porco com batata assada. O que dizem?" - sorriu aliciando-nos


- "Eu quero. Então pode ser para os três?" - perguntou-me a minha mãe sorrindo


- "Eu não quero isso." - fiz uma cara enojada - "Eu vou querer lulas recheadas com arroz e espargos."


- "Está bem." - disse Edward um pouco desiludido - "Mas acho que devias de provar!"


- "Mas eu não quero!"


- Daniela! - chamou-me à atenção a minha mãe e recompus-me rapidamente


- "Desculpem, mas será que posso ir à casa-de-banho?" - perguntei pois estava um pouco farta de estar ali, e nem sequer sabia quem era Edward, e o que ele fazia ali


- "Podes, querida." - sorriu


Levantei-me, arrumei a cadeira e dirigi-me para os lavabos do restaurante.Quando saí encaminhei-me novamente para a mesa, e sentei-me. Demorei tempo suficiente na casa-de-banho para os pedidos já estarem na mesa. A minha mãe serviu-me e começámos a comer, e ficámos em completo silêncio, até que ela quebrou o gelo.


- "Querida, temos de conversar."


- "Sobre o quê?" - perguntei enquanto comia


- "Bem querida, o Edward..." - gaguejou um pouco e respirou fundo - "Eu e o Edward temos uma relação..."


Ao ouvir as suas palavras, automaticamente engasguei-me com o comer.


- Relação, mãe?! - perguntei incrédula e Edward olhava para mim não percebendo o que acabara de dizer


- "Sim querida." - disse simplesmente


- E que tal falasses na minha língua? Ele não tem que perceber! Eu é que quero entender! Ó mãe... Perdi a fome! - levantei-me rapidamente e saí ainda mais depressa do restaurante


Algumas pessoas ficaram a olhar para mim e assim que saí vi Alan do lado de fora do carro corri até ele.


- "Alan, por favor leve-me daqui!" - pedi tentando controlar as lágrimas


- "E a sua mãe?" - perguntou preocupado


- "Ela tem companhia. Leve-me, por favor!"


- "Claro." - abriu-me a porta do carro e eu entrei, e logo de seguida ele deu a volta ao carro e entrou também


Queria ir rapidamente para casa para pensar... Não conseguia acreditar no que a minha mãe me fez! O meu pai faleceu há alguns anos, mas eu pensava que ela ia amá-lo para sempre, visto que sempre me disse que ele era o amor da vida dela! E agora aparece com outro homem e quer que eu entenda... Eu não consigo! Não consigo nem quero!
Agora a única coisa que quero é chegar a casa e ir para o meu quarto, e entregar-me às lágrimas, sem ninguém a impedir-me.

Capítulo 2 - Elogios uns atrás dos outros! (Parte II)

Assim que entrei em casa, tive a plena noção que a minha mãe iria querer saber a minha decisão, mas eu ainda precisava de pensar, precisava de responder quando tivesse a certeza do que queria.
Subi as escadas com a finalidade de ir para o meu quarto, mas a minha mãe interceptou-me o movimento.



- Filha, anda ali à sala que quero-te mostrar uma coisa. - possuía um grande sorriso e eu segui atrás dela


- O que é? - sentei-me no sofá, cruzei as pernas e apoiei a minha cabeça nas minhas mãos que estavam sobre as pernas


Entregou-me para a mão uma revista, e eu fixei-a um pouco confusa.


- Uma revista? - soltei um suspiro


- Abre-a na página... - consultou o índice - Página 14, querida


Folheei a revista até encontrar a página, e continha algumas notícias. Começei por ler a que tinha a minha foto no seu lado esquerdo.




Os lindos olhos azuis que fascinaram o mundo!


Apesar da sua curta carreira, já ninguém pode permanecer indiferente aos expressivos olhos azuis e à beleza da famosa modelo, de apenas 14 anos, Daniela Monteiro.
Daniela tinha apenas 10 anos quando a sua mãe, rendida à beleza natural da filha, inscreveu-a na agência de modelos Mega Model's, em Portugal.
Rapidamente foi descoberta nesse meio por Ana Sousa que a escolheu como representante da marca, e sensivelmente dois anos depois teve de viajar para os Estados Unidos.
Apesar do contrato terminado, continuou a fazer vários trabalhos com outras marcas, e participou num filme, com sucesso, protagonizado por Leonardo DiCaprio.
A partir desse momento, Daniela ficou completamente lançada no meio, e até já lhe fizeram várias propostas de trabalho.
O futuro é que dirá onde a jovem modelo chegará, visto que na passada quarta-feira, no directo de Oprah, afirmou que se houver oportunidade de mudar algo na sua vida não exitará em
fazê-lo.
Será que os seus bonitos olhos azuis chegarão a dar a volta ao mundo? Ou acabará brevemente a sua promissa carreira?





Olhei para minha mãe que sorria embevecida enquanto eu lia a notícia em voz alta.


- Já viste querida, és um sucesso! Elogios uns atrás dos outros! - disse dando-me um abraço apertado


- Pois é mãe. - sorri forçadamente - Era isto?


- Era. Pensei que era importante para ti mas já percebi que... - interrompi-a


- Não, mãe. Obrigada por me teres dito! Agora deixa-me sozinha que eu preciso de pensar... - consentiu afirmativamente com a cabeça


- Está bem filha. Se precisares de alguma coisa estou lá fora.


- Sim mãe. - dei-lhe um beijo no rosto e sorri


- Até logo querida. - saiu de seguida deixando-me sozinha, apenas com a revista na minha mão


Continuei a folhear a revista até que algo me chamou à atenção. Era uma foto e eu reconheci o rosto perfeitamente... Era o Cody, o rapaz com quem falei na Oprah!
Um sorriso formou-se nos meus lábios e lembrei-me rapidamente da nossa pequena conversa. Estremeci da cabeça aos pés só de imaginar tê-lo perto de mim novamente!
Após vastos minutos a pensar, com a revista à minha frente admirando a única imagem que me tinha prendido daquela maneira, fechei-a e pousei-a do meu lado. Estiquei-me deixando pousar a minha cabeça sobre o braço do sofá, e segundos depois, apoderada pelo cansaço, adormeci.





****




- Querida, acorda! - a minha mãe abanava-me calmamente tentando acordar-me


- Hum? Que horas são? - não tinha a noção das horas nem do lugar onde estava


- Filha, já é tarde! Temos de ir jantar, amor. - sentei-me ainda com os olhos fechados e embati levemente o corpo nas costas do sofá


- Vá lá, minha querida. - suspirei e cedi ao seu pedido


Levantei-me e assim que pus os pés no chão tive uma leve tontura.


- Daniela? - pegou-me na cintura e eu virei-me para ela fazendo um sorriso forçado


- Vamos? - caminhei até à porta da cozinha - Então? - olhei para o seu corpo que estava imóvel no chão


- Já vou.


****


- Até que enfim um dia de descanso. - desabafei enquanto me levantava da mesa


- Agora não venhas dizer que eu 'tou sempre a levar-te para festas, e tudo mais. - disse levantando-se também


- Pois mãe. Mas amanhã já volta a mesma monotomia.


- Mas a tua vida é assim, já devias de estar habituada. - deu-me uma leve carícia no cabelo


- Eu não me habituei nem nunca me vou habituar, sabes bem. - sorri e saí


Subi as escadas e entrei no meu quarto fechando a porta atrás de mim.
Vesti o meu pijama e de seguida deitei-me na cama, mas o sono demorou a aparecer. Na minha cabeça agora só havia um único pensamento: o Cody, e foi com ele que acabei por adormecer, com a esperança de o ver brevemente.

Capítulo 2 - Elogios uns atrás dos outros! (Parte I)

Na entrega de prémios, ganhei uma categoria, o que me deixou realmente contente pois não estava à espera de ganhar nenhuma condecoração.
Assim que acabou, fui 'obrigada' a tirar umas quantas fotos, sozinha, com a minha mãe, com outras modelos, e finalmente pude ir para casa.




****




Acordei passava das 10 horas, e a minha mãe já devia de estar 'passada' por eu ainda não ter acordado. Levantei-me da cama e fui tomar um duche. Assim que terminei vesti uma roupa simples e sequei o cabelo.



Desci as escadas e fui à cozinha pegar uma maçã pois queria ir dar uma volta sozinha, mas a minha mãe chegou e interrompeu-me.


- Bom dia querida, vais onde? - aproximou-se de mim enquanto eu passava pela sala e ia em direcção à porta de saída.


- Bom dia mãe. - dei-lhe um beijo no rosto e prossegui o caminho - Vou dar uma volta. Preciso de desanuviar.


- Espera querida, que eu preciso de falar contigo. - suspirei, voltei para trás e sentei-me do seu lado, no sofá.


- Ligaram ao Dominic... Proporam um trabalho para ti querida. - começou por se explicar calmamente.


- Victoria's Secret, Levi's, Reebok? - ironizei um pouco.


- Não, filha. Não tem nada a ver com moda.


- Então?


- Perguntaram se querias participar na série CSI. - os meus olhos arregalaram-se e um sorriso enorme formou-se no meu rosto.


Apesar de não gostar muito do 'mundo da ribalta', a televisão fascina-me bastante, até mais do que a própria moda.


- A sério? - perguntei para confirmar, pois por algum motivo podia não ter percebido bem.


- Claro! Mas tens tempo para pensar, não muito obviamente, mas tens tempo. - disse calmamente com um sorriso receoso.


- Mas eu já me decidi, mãe. - levantei-me do sofá e dirigi-me para a porta.


- E então? - levantou-se também e a curiosidade era notória na sua voz.


- Depois eu digo. Agora vou dar uma volta! - avisei e saí de casa sem deixar que me podesse responder.




****




Já tinha andado durante algum tempo, por isso sentei-me num banco em frente a um pequeno jardim. Enquanto observava o jardim, pensava na proposta que me fizeram; não tinha muitas dúvidas mas mesmo assim não me saía da cabeça. Senti uma mão delicada a tocar-me no ombro e rapidamente virei-me e deparei-me com uma rapariga por volta dos 6/7 anos, e ela estava com uma senhora mais idosa, que era sua avó.


- "Olá!" - cumprimentou-me a rapariga e caminhou até à minha frente.


- "Olá linda!" - cumprimentei também e sorri.


- "Sabes, eu quando for grande vou ser como tu!" - a rapariga ainda falava um pouco à bebé o que me enterneceu imenso.


- "Então tens de trabalhar muito!" - aconselhei dando-lhe uma carícia no cabelo.


- "Eu sei! E vou trabalhar muito! A minha mãe até já me inscreveu na tua agência de modelos!" - troquei um olhar cúmplice com a sua avó e sorrimos.


- "Vais ver que te vão chamar para fazeres alguma coisa! Eles não vão ficar indiferentes ao teu sorriso e à tua boa disposição!" - de seguida ela deu-me um beijo repenicado da bochecha.


- "Pois não!" - soltei uma pequena gargalhada e encarei-a.


- "Como é que te chamas?"


- Emma. - fez um sorriso genuíno.


- "Que nome tão lindo!" - sorri.


- "O teu também é. Só que eu nunca vou poder ser como tu." - a sua expressão modificou-se para uma um pouco triste.


- "Porquê?"


- "Porque não tenho os teus olhinhos!" - corei ligeiramente.


- "Mas tens uns olhos também muito bonitos!" - elogiei-a também o que fez com que ela ficasse mais contente.


- "Obrigada."


- "Vá amor, temos de ir." - disse a sua avó - "Obrigada por ter perdido este tempinho com ela, sem dúvida que foi importante para a Emma."


- "Não foi tempo perdido, até foi bastante agradável." - sorriu e depois de a Emma me dar mais um beijo no rosto, foram-se embora, e poucos minutos depois fui para casa também.

Quarta-feira, 14 de Abril de 2011

Um dia espero criar uma tempestade que me apague todas as tristezas e desilusões; nesse dia vou começar do zero e esquecer o passado. Vou dizer adeus a uma vida e dizer olá a uma nova. Vou pintá-la de cor-de-rosa e afundar o escuro. Irei esperar que o vento me leve para mundos distantes em vez de ficar sozinha. Enquanto esse dia não vem, vou procurando a vida perfeita, com uma antiga na mão decidindo se ainda a devo seguir, imaginando superar tudo e todos. Arranquei tudo dessa vida para começar de novo, e agora? Agora sou tudo o que não sou, sou tudo o que jurei não ser. Com simples palavras eu jurei, sussurrando ao ninguém que era verdade. Sou um fantoche e deixei que toda a gente fizesse de mim o que queria, e daí a razão da nova vida, daí a razão de tudo. Com tantas forças, acabei por terminar com todas elas e agora... Onde arranjo mais? (...) Eu queria voltar ao antigamente; penso nisso todas as noites, todos os segundos da minha vida! Mas a coragem falta-me e o medo apodera-se de mim. Talvez porque ainda não dei tempo para me habituar a isto, ou simplesmente... Isto não faz parte de mim!

Daniela Monteiro .
diário de uma popstar ♥

Capítulo 1 - Oprah (Parte III)

Todos os presentes fitaram-me e eu senti-me, pela primeira vez na minha vida, constrangida.


- "E qual é o teu sonho?" - perguntou-me após todos digerirem calmamente a minha resposta.


- "O meu maior sonho é ser feliz! Isso basta-me para me sentir completa!" - sorri.


Oprah sorriu também e olhou-me fixamente durante meros cinco segundos, em que inspeccionou todos os recantos da minha face, e o mais profundo do meu olhar.


- "Agora percebo porque te reconhecem pelos teus lindos olhos azuis, além do teu talento e da tua beleza natural, claro." - senti as minhas maçãs do rosto ficarem ligeiramente coradas.


- "E olhem a ternura que fica assim envergonhada!" - concluiu deixando-me mais embaraçada.


Todos sorriram e alguns gargalharam, fazendo desaparecer o ambiente desagradável.


- "Obrigada." - respondi humildemente.




****




Apesar de tudo, o programa correu bastante bem, até melhor que eu esperava. Depois de mim, seguiu-se para o estúdio Justin, e claro que foi o que recebeu mais palmas e elogios. A indiferença dele espantou-me, pois a maioria dos famosos que conhecera até hoje foram bastante simpáticos para mim, e até com alguns prezo uma grande amizade. Após o programa terminar, juntei-me à minha mãe e ao Dominic, que entretanto viera ter connosco ao estúdio.


- "Minha querida..." - abraçou-me intensamente - "Como estás?" - olhei para ele e sorri.


- "Estou bem. Já volto!" - desviei o olhar e abandonei aquele lugar.


Precisava de estar sozinha, e depois de correr um pouco para não me encontrarem, sentei-me num pequeno sofá que se encontrava dentro de uma sala deserta. Enterrei a minha cabeça nas minhas mãos e entreguei-me às lágrimas, e chorei por um vasto período de tempo. Abstrai-me de tudo, soluçando continuamente, até que algo me chama à atenção, e ergo a minha cabeça para visualizar o que era. Fixo o meu olhar num corpo, até que encarei o rosto. Num impulso, levantei-me e enxuguei as lágrimas.


- "Está tudo bem?" - aproximou-se de mim e pousou as suas mãos nos meus ombros.


- "Está." - desviei o olhar mas ele persistiu e fez-me olhá-lo nos olhos.


- "Daniela... Podes falar comigo." - tocou levemente no meu rosto e com o polegar limpou uma lágrima que escorreu pela minha face.


- "Não é preciso." - fiz uma curta pausa e conclui - "Obrigada... Cody!" - esboçei um pequeno sorriso ao observar os seus olhos que eram semelhantes aos meus.


- "É preciso sim! Por favor..." - tentei resistir ao seu sorriso genuíno.


- "Não me faças esses olhinhos que não é assim tão fácil convencer-me!" - disse em tom de brincadeira.


- "Não? Está bem..." - fingiu-se amuado e nos meus lábios delinearam-se um sorriso sincero.


- "Pois está." - continuei no mesmo tom e rapidamente ele terminou com o seu pequeno amuo.


- "Então... O que estás a fazer aqui?" - questionou mudando de assunto, pois percebeu que eu não me ia descair tão cedo.


- "Queria estar sozinha... E pronto, vieste tu e estragaste tudo!" - manti o mesmo tom pois estava a dar-me um certo gozo.


- "Queres que me vá embora?" - o seu olhar enterneceu-me um pouco, mas prossegui da mesma maneira.


- "Se quiseres vai... Eu não te vou implorar para ficares, mas também não te vou impedir de nada." - sorri e ele aproximou-se de mim.


- "Então vou ficar!" - sentou-se no pequeno sofá, e embateu suavemente as suas mãos contra o sofá - "Senta-te aqui."


Olhei desconfiada e torci o nariz.


- "Não me parece." - dei um pequeno passo em frente, em direcção a ele.


- "Porquê? Sou assim tão má companhia?" - correspondeu à minha 'brincadeira' e eu ri-me levemente.


- "Hum..." - fiz um ar pensativo - "Não sei!" - cheguei-me mais perto dele.


- "Então podemos experimentar!" - solicitou repetindo o mesmo movimento e vagarosamente sentei-me do seu lado.


- "Se ficas feliz!" - sorri.


- "Mais feliz do que imaginas!" - desabafou soltando um pequeno suspiro e encarou-me.


- "Queres ir dar uma volta?" - perguntou deixando-me pensativa.


- "Até queria, mas a minha mãe está à minha espera..." - informei um pouco desiludida.


- "Oh, é pena." - demonstrou o mesmo sentimento pela sua voz - "Então, podemos combinar para outro dia?" - levantei-me devagar e olhei para ele.


- "Sim, claro. Então... Vemo-nos por aí!" - dirigi-me rapidamente para a porta e abri-a.


- "Daniela!" - chamou-me mas eu não olhei para ele e saí de seguida.






****




Cheguei a casa muito cansada, e ainda tinha uma entrega de prémios à noite. Assim que entrei no meu quarto, descalçei-me e deitei-me sobre a cama, acabando por adormecer.

Capítulo 1 - Oprah (Parte II)

Olá queridos leitores,

Antes de vos presentear com um novo capítulo, queria-vos informar de uma coisa.
Como sabem, ou se não o sabiam digo-vos agora, a minha história é passada no estrangeiro (especificamente Nova Iorque/Atlanta), e por isso a minha como as outras personagens falam inglês frequentemente. Mas, para terem um leitura mais clara, 'traduzi' as falas para português, que estarão entre aspas. Todas as outras serão escritas normalmente.

Aproveito para agradecer também os comentários e as visitas :)



O meu olhar alternava-se entre o rapaz loiro de olhos azuis e o moreno de olhos castanhos - Cody e Justin, respectivamente. Sorri embevecida, e Cody retribuiu-me. Olhei para Justin e ele não disse nada, nem sequer olhou para mim, foi completamente indiferente para comigo.

- "Olá." - Cody chamou-me à atenção cumprimentando-me.

- "Olá." - fiz um sorriso terno.

- "Vamos Cody?" - perguntou a rapariga que me maquilhara há pouco.

Ele olhou para mim como se despedindo e sentou-se na mesma cadeira que eu. Encostei-me à parede contrária olhando-os pelo reflexo, e vi que os maquilhavam um pouco à pressa.

- "Vamos, 5 minutos para começar." - informou o mesmo senhor que chamara por eles há pouco.

Um rapaz ligeiramente mais velho que eu, levou-nos ao três para o estúdio, e foi aí que tive a certeza que Justin e Cody iam também ao programa.
Minutos depois conduziram-nos para o backstage, e sentámo-nos os três em sofás diferentes. Não trocámos nenhuma palavra; sentia-me muito nervosa, e depois de nos explicarem a ordem de entrada, deu-se o inicio do programa, a que eu pude ouvir Oprah falar com o público, assim que terminaram de bater almas.

- "Obrigada,obrigada! Olá a todos e sejam bem vindos!" - fez uma curta pausa - "Hoje vamos conversar com três jovens que as suas vidas mudaram repentinamente, mas que lutaram para chegar onde estão. São de diferentes áreas, mas persistiram e agora... Agora são reconhecidos por todos."  - proporcinou espectativa no público - "Em primeiro, trago-vos um jovem que por agora não é tão famoso, mas que tem o mesmo sucesso... Cody Simpson."

Ele levantou-se rapidamente enquanto Oprah falava e depois entrou para dentro do estúdio, onde recebeu uma forte salva de palmas.



****



A conversa decorria animada, e a altura de eu entrar avizinhava-se. Justin seria o último, e por isso deixou-me um pouco menos nervosa, pois se fizesse alguma coisa de mal, esqueceriam-se com Justin.

- "Ela é uma jovem muito bonita, caracterizada pelos seus expressivos olhos azuis, e também muito lutadora... Daniela Monteiro." - estremeci e dirigi-me para o estúdio, onde recebi também uma forte salva de palmas.

Esboçei um grande sorriso e olhei para a minha mãe que me deu ânimo e força. Sentei-me na cadeira ao lado de Cody, ficando de frente para Oprah.

- "Olá Daniela." - o seu sorriso era encantador o que me enterneceu.

- "Olá Oprah. É um prazer estar aqui." - disse prontamente, olhando para o público.

- "O prazer é todo nosso, querida." - respirei fundo pois já esperava uma carraga de perguntas - "Diz-nos, Daniela, como tudo começou?

Exitei um pouco, suspirei e disse calmamente:

- "Sempre fiz vários trabalhos de moda quando era mais nova, mas quando vim para cá a minha vida mudou completamente."

- "Diz-nos, porquê que vieste?" - troquei um olhar cúmplice com a minha mãe e decidi falar abertamente sobre o assunto.

- "Em Portugal, fiz alguns trabalhos para Ana Sousa e quiseram que eu representasse a marca, e então tive de viajar para os Estados Unidos."

- "Mas ainda continuas a trabalhar com Ana Sousa?" - olhei para Cody que não tirava o olhar de mim o que me deixou um pouco nervosa.

- "Não." - respondi simplesmente com um sorriso um pouco forçado.

- "Porquê? Não pagavam bem, é?" - perguntou em tom de brincadeira.

- "Nada disso." - ri-me suavamente - "O contrato terminou, e eu também queria crescer como modelo. Não podia ficar para sempre a trabalhar com a marca. Eu gostei muito e foi uma grande experiência que, sem dúvida, enriqueceu o meu currículo."

- "Até onde pensas chegar?" - olhei para a minha mãe e ela ansiava uma resposta rapidamente, mas não a consegui dar.

O público fez um pequeno burburinho, e Oprah instintivamente pegou-me na mão.

- "Então?" - respirei fundo novamente e finalmente respondi.

- "Ainda não sei. Eu não prevejo o meu futuro, e não quero descobri-lo em breve. Vivo um dia de cada vez, e quando chegar à hora de algo mudar, tenho a certeza que não exitarei em fazê-lo."

Ouvi pequenas especulações rápidas sobre a minha resposta, e Oprah fitou-me.

- "Não gostas do que fazes? Não gostas de ser reconhecida por todos? Não gostas da tua vida?"

- "Não é não gostar, porque eu gosto, e muito!" - sorri - "Mas a perfeição não é eterna, e eu sei que um dia tenho de deixar parte da minha vida para trás." - as lágrimas assomaram nos meus olhos e contive-me para não as deixar cair - "A vida não é um conto de fadas, logo não tem sempre um final feliz."

Todos os que estavam no estúdio olharam-me confusos, e vi um travo de tristeza no olhar da minha mãe.

- "Mas nunca vou desistir do meu sonho!" - conclui fazendo um sorriso primoroso.

Capítulo 1 - Oprah (Parte I)

Acordei pouco depois do despertador tocar. Eram 9:00h e eu tinha ainda de me arranjar para ir à Oprah; seria a minha primeira ida ao programa, e por isso estava demasiado nervosa. Só iria falar de como tudo começou, da minha reacção, dos prós e contras, e finalmente sobre o meu futuro. Não pensei no que iria responder; achei melhor dizer o que me viesse à cabeça no momento, pois só assim parece real.
Uma hora depois de ter acordado, já estava pronta e saí finalmente do meu quarto.

Desci a escadaria onde a minha mãe estava no final à minha espera.


- Bom dia, filha. Estás tão linda!


- Obrigada mãe. - aproximei-me dela e dei-lhe um beijo na face.


Peguei na sua mão e saímos as duas lado a lado da vivenda, e Alan já estava com o "meu" carro na entrada da garagem.


- Good morning. - cumprimentou-me com o seu habitual sorriso encantador.


- Good morning. Alan. - saiu do carro e abriu a porta para eu entrar, e de seguida a minha mãe.


- Thanks Alan. - agradeceu-lhe a minha mãe.


- From nothing, ma'am. - fechou-nos a porta e entrou novamente para dentro do carro.


Pouco depois arrancou; fiquei abstraida em pensamentos, olhando pelo vidro fumado a agitação de todas as pessoas e de todos os carros. Realmente aquilo era um mundo, e eu devia de agradecer a Deus pela oportunidade que me deu, mas apesar de muitas coisas boas não era vida para mim. Já falei com a minha mãe sobre isso há sensivelmente dois meses. Provavelmente já se esqueceu do sucedido e pensou que eu também o fizera, mas não, está tudo a matutar-me na cabeça. Senti o carro parar, e o Alan abriu-nos novamente a porta, e parámos em frente do estúdio onde gravaria o programa. Do carro saiu primeiro a minha mãe, e de seguida eu, e quando o Alan fechou novamente a porta do carro, um grande grupo de pessoas, incluindo fotógrafos, aproximaram-se de mim. A verdade é que só me apetecia mandá-los embora ao pontapé, mas tinha de manter a minha pose e esboçei um sorriso um pouco forçado. Muitos flashes incidiram sobre mim, e após alguns minutos entrei para dentro do estúdio, quase sendo atropelada pelos "senhores com a máquina". Senti um grande alívio; assim que me viram entrar, uma senhora e um senhor bem arranjados, aproximaram-se de mim e saudaram-me:


- Good morning, Daniela. I'm Derek, much pleasure. - a minha expressão tornou-se algo confusa.


Troquei um olhar cúmplice com a minha mãe, e percebi que deveria de o ter reconhecido, mas tanto ela quanto eu, e provavelmente mais pessoas, sabiam que eu não era boa a recordar caras e nomes de pessoas que eram pouco ou nada importantes na minha vivência.


- My pleasure. - caminhei para junto dele, e delicadamente cumprimentámo-nos com dois beijos no rosto.


De seguida, dirigi-me à senhora que estava do seu lado e repeti o gesto.


- Good morning. I'm Margaret, and I'll show you the studio. - o seu sorriso era grande e possuia um olhar profundo.


- Thank you.


Segui do seu lado, sem antes sorrir para a minha mãe e essa retribuir-me o sorriso. Subimos por um elevador grande ao qual eu não estava habituada a frequentar. No 4º andar abriu-se as portas, e caminhei até fora dele junto com Margaret. Esta encaminhou-me para um compartimento vasto, que percebi ser o estúdio do programa, mas era bem menor do que eu esperava. No centro estavam três cadeiras posicionadas ao lado de outra, que entendi ser da Oprah. Respirei fundo e prossegui com Margaret para a sala de maquilhagem, onde se encontravam vários indíviduos. Cumprimentei-os educadamente e eles fizeram o mesmo. Assim que Margaret me informou que o programa começaria dali a 25 minutos, sentei-me numa cadeira giratória de frente para um espelho e esperei até me virem maquilhar.


- Hello. - sorriu uma rapariga nova assim que pegou numa caixinha e colocou um pouco de blush na minha maçã do rosto.


- Hi. - fiz um sorriso esforçado e fixei o meu reflexo no espelho.


Agora pensava nas perguntas que me iriam fazer e do que eu iria responder; fiquei ainda mais nervosa e senti a minha respiração aumentar.


- Are you okay? - perguntou-me a rapariga com os olhos arregalados postos em mim.


- Yes, everything is fine. - menti, mas não poderia dar parte fraca.


Ela continuou a maquilhar-me atentamente, e eu sentia-me cada vez mais indisposta.


- Hei, Justin has not arrived yet? - perguntou um senhor um pouco mais velho com o tom de voz elevado.


Todos acenaram-lhe negativamente com a cabeça.


- And Cody? - perguntou ainda mais alarmado.


Repetiram todos o mesmo gesto e aí fiquei ainda mais preocupada. Veio-me uma nova pergunta à cabeça: "Será que o Justin e o Cody iriam estar lá?". Os meus pensamentos foram despertos por um barulho de fundo que a cada segundo que passava ficava mais ruidoso, e olhei pelo espelho em busca de perceber o que se tratava, mas em vão.


- Done, is already, darling. - sorriu e afastou-se deixando-me espectante a olhar para o espelho.


Num só impulso levanto-me da cadeira e deparo-me com duas pessoas, às quais eu reconhecia plenamente...